Homem tem mais psoríase que mulher

10 Ago

A medicina ainda não descobriu a cura da psoríase, doença de pele crônica que afeta mais homens do que mulheres entre 20 e 50 anos, sendo 90% das vítimas da raça branca. “Para cada três homens com psoríase diagnosticamos apenas uma mulher”, diz o dermatologista Mário Grinblat, chefe do Departamento de Dermatologia do Hospital Albert Einstein. As lesões avermelhadas ou róseas, e recobertas por escamas esbranquiçadas e secas, incomodam mais pelas marcas que deixam no corpo do que pelos sintomas. Aparecem com maior freqüência em joelhos, cotovelos, couro cabeludo e tronco, e são assintomáticas, excetuadas as manifestações do tipo artropáticas (veja abaixo). Para controlar as crises, o paciente precisa seguir algumas recomendações médicas relativamente simples. Antiinflamatórios de efeito rápido Em 75% a 80% dos casos a psoríase, cujo nome em grego significa “erupção sarnenta”, se manifesta de maneira leve ou moderada. A aplicação diária de pomadas, xampus, loções, géis ou sprays costuma resolver o problema. Os medicamentos são à base de corticosteróide, substância que tem o mesmo princípio ativo dos hormônios produzidos nas glândulas supra-renais. Os corticosteróides, ou corticóides, são antiinflamatórios de ação rápida e eficaz. Nos casos em que a doença alcança estágios avançados as terapias são mais complexas. Além de pomadas, o paciente tem que se submeter a sessões de fototerapia. De duas a três vezes por semana, a região afetada recebe banhos de raio ultravioleta, processo que acelera a cicatrização. Os médicos costumam receitar hidratantes para evitar o acúmulo de camadas de escamas, que provocam odor desagradável. A ingestão de vitaminas D e A contribui para a multiplicação das células da epiderme. Não é contagiosa A principal causa da psoríase é a hereditariedade, responsável por 30% das ocorrências. Em seguida está o estresse emocional, que pode desencadear ou agravar a doença. As pessoas que já tiveram a primeira manifestação de psoríase não estão livres de ter uma nova crise, iniciada por traumas e irritações na pele. Os médicos procuram aplicar terapias que melhorem a qualidade de vida dos doentes, reduzindo o aparecimento do maior número possível de lesões pelo corpo. “As causas ainda não são explicadas pela ciência”, diz Grinblat. Sabe-se apenas que as escamações estão relacionadas ao aumento da produção de células epidérmicas. Não existem relatos de contágio da doença na literatura médica. Por isso, não há motivos para as pessoas evitarem o contato físico com os doentes. Três tipos da doença Existem três manifestações de psoríase:vulgar: responde por aproximadamente 90% dos casos e aparece em regiões isoladas do corpopustulosa: surge na palma da mão de forma purulenta e sem escamaçõesartropática: manifestação mais rara da doença. Os sintomas são parecidos com os da artrite reumatóide (inflamação das articulações). As lesões e dores surgem em grandes intervalos de tempo. Diagnóstico O diagnóstico é simples: basta o dermatologista observar as lesões na pele, no couro cabeludo ou nas unhas. Como a psoríase não atinge órgãos internos, os exames de laboratório são dispensáveis. Na dúvida, o médico deve fazer a biópsia de pele. O teste é realizado no próprio consultório com aplicação de anestesia local e retirada de uma pequena camada da epiderme. Matéria de outubro de 2000