A pílula anticoncepcional e a densidade óssea

10 Ago

Juntamente com o doutor Pasco, os colaboradores do Departamento de Medicina da Universidade de Melbourne, em Geelong, Austrália, descobriram evidências de que a perda de massa óssea começa depois de um pico de produção durante a adolescência tardia. A densidade mineral óssea (DMO) vertebral diminui aproximadamente 1% por ano em mulheres na pré-menopausa: as doses farmacológicas de estrógenos presentes na pílula poderiam exercer um impacto positivo sobre o osso, retardando a perda óssea ou deixando-a mais lenta. Analisando um total de 710 casos (511 mulheres na pré-menopausa e 199 na pós-menopausa), a equipe mediu a DMO na coluna lombar, no fêmur proximal, no corpo total e nos rádios distal e médio. Seus hábitos, como a incorporação de cálcio, o tabagismo, o consumo de álcool e o nível de atividade física também foram avaliados. O estudo revelou uma relação positiva entre a exposição aos anticoncepcionais orais e a DMO de coluna: as mulheres que tinham tomado anticoncepcionais orais mostraram uma DMO 3,3% superior à das que não tomaram. Dessas, 44% haviam consumido anticoncepcionais orais por menos de 5 anos, enquanto 56% consumiu por mais tempo: a investigação também revelou que quanto mais tempo de ingestão, maior o aumento da DMO na coluna. Ainda assim, não ficou comprovado que a idade da menarca, a incorporação de cálcio ou álcool, o tabagismo, o nível de atividade física ou o número de gestações e amamentações influenciem no efeito dos anticoncepcionais orais sobre a massa óssea. Foi observado um padrão de aumento da massa óssea em relação ao tempo de exposição aos anticoncepcionais orais. Os efeitos foram ótimos durante os primeiros cinco anos de exposição, mas minguavam à medida que o tempo passava, depois de parar com a terapia de hormônios. A conclusão, segundo os autores, é que as mulheres que tomaram anticoncepcionais orais mostraram um aumento moderado – ainda que significativo – da DMO, o que poderia ser associado com uma redução do risco de fraturas. Fonte: American Journal of Obstetrics and Gynecology, 2000