Água prateada

10 Ago

Um artifício simples, conhecido há milênios por civilizações como a grega, poderá salvar a humanidade de morrer de sede no futuro. A prata, quando em forma de colóide, é capaz de purificar a água completamente em questão de minutos. Tudo graças ao seu grande poder germicida, como explica o cientista brasileiro Paul Laussac, engenheiro e especialista em computação eletrônica. Paul é inventor de aparelhos que mais parecem coisa de ficção científica. Seu Gerador de Prata Coloidal está sendo estudado na Universidade de Viçosa, Minas Gerais, e já é usado pelo governo do Paraná para matar os microorganismos da água consumida por populações ribeirinhas. É um aparelho portátil, que pode ser manuseado em casa, por qualquer pessoa. Ligado em corrente elétrica e colocado na água, produz uma solução de prata coloidal. Ou seja, partículas ultrafinas do metal que não se dissolvem, mas permanecem em suspensão, dispersas na água. As partículas são formadas por alguns átomos de prata, e são tão pequenas que ficam invisíveis a olho nu. Cura-tudo - “A prata coloidal é capaz de matar bactérias como a da cólera e todos os microorganismos que causam doenças”, conta a bióloga Andréa Martins, representante de Paul Laussac no Rio de Janeiro. Além de deixar a água limpa, a solução de prata coloidal também pode ser tomada como remédio. Na casa de Andréa, a prata é um “cura-tudo”. “Por que você acha que os talheres, antigamente, eram feitos de prata? Ela é um antibiótico poderoso e natural”, afirma Andréa. A bióloga lembra que, na Grécia antiga, as vasilhas onde se comia e bebia também eram de prata, e que os pioneiros do Velho Oeste americano colocavam um dólar de prata dentro dos jarros de leite para mantê-lo fresco sem precisar de refrigeração. O que Paul Laussac procura fazer é resgatar esse conhecimento milenar, transformando-o em aparelhos ultramodernos. O Gerador de Prata Coloidal pode ser usado, por exemplo, em caixas d’água ou cisternas de prédios. Paul já produz também um novo aparelho purificador da água, em sua fábrica em Minas Gerais. A diferença da Célula Alotrópica é que ela será usada em larga escala, para despoluir a água de rios e baías. “Não podemos adiantar muita coisa sobre esse aparelho, mas já posso dizer que há duas prefeituras interessadas”, conta Matityahu Gruberger, representante de Paul Laussac em Minas Gerais. “Essa nova máquina é ainda mais fantástica. É capaz de transformar até esgoto em água potável”, afirma Matityahu.