As alegrias e tristezas do final do ano
Chega a meia-noite, abrem-se os champanhes, alguns comem 12 uvas ou uma colherada de lentilhas, os solteiros se abraçam entre si para dar sorte no amor. Cada família realiza a superstição que ajudará o grande desejo a se cumprir no ano que começa. Mas, para todos, o Ano Novo não é só celebração, porque o início de uma nova etapa faz com que muitos avaliem a que termina e construam expectativas para a que chega. Tudo isso, com uma cota significativa de estresse.
Segundo o psiquiatra Sergio Gloger, essa atitude não é universal e nem aplicável a todos da mesma maneira. Ele afirma que é muito benéfico fazer avaliações do passado e projeções para o futuro, mas isso deve ser feito com uma visão positiva e sem angústias. O especialista explica que é comum que ao término de um ciclo natural se adotem certas reflexões e festas relacionadas com o tempo. Tudo isso ajuda a conscientizar a transição de uma etapa a outra , como as festas de 15 anos e aniversários de casamento, porque o desejável é que todos os ciclos se fechem para que comecemos a viver os novos.
Consertar conflitos interpessoais
E, para que a etapa termine corretamente, é positivo solucionar todos os conflitos que tenham acontecido, para assim começar a nova de maneira limpa. “Por exemplo,quando o ano novo se aproxima, é saudável solucionar tudo o que representa uma carga emocional, como as tensões familiares ou as que envolvem amizades”, diz Gloger. Segundo o psiquiatra, as pessoas devem analisar como está a sua relação com as pessoas significativas na sua vida – o cônjuge, os filhos, os irmãos – para logo se obrigar a corrigir o que não está funcionando bem e assim começar a cuidar melhor da relação. “Se não existe reflexão, uma pessoa pode arrastar problemas durante anos sem necessidade.” Realizar os sonhos Ao refletir, é pouco provável verse em um ano ausente de frustrações. Muitas das expectativas não se cumpriram. Nesse caso, há que ver se o nível de qualidade de vida emocional – não o matéria – foi mais satisfatório do que ruim. “É verdade que existe uma frustração quando as coisas não funcionam bem, mas o importante é encontrar a causa dessa desilusão e corrigir o que seja possível”, explica Sergio Gloger.
A opção de meditar, oferecida pelo fechamento desse ciclo, deve ser aproveitada. Se o resultado é crítico, há que propor algo para soluciona-lo. “Os japoneses escrevem a palavra crise com dois símbolos: um é risco e outro é oportunidade. Essa é a postura ideal para o Ano Novo”, acrescenta o psiquiatra. A idéia é ver o caminho adequado para sair do problema e o horizonte preciso para propor expectativas para o próximo e fazer com que elas se realizem. Porque muitas vezes os projetos planejados não se cumprem por uma razão muito simples: não nos esforçamos para alcançá-los. Gloger afirma: “A oportunidade de que um plano dê resultados está relacionada com tomar a decisão de coloca-lo na prática, não com apenar sonhar. Para quem persegue um objetivo com determinação, vontade e entusiasmo, a probabilidade de que se realize é mais alta.” Então, para 2001 há que dar o primeiro passo. Dessa maneira, quando 2002 chegue e avaliemos o período passado – com suas normais e esperadas frustrações – notaremos que os desejos não cumpridos estarão em menor numero do que os realizados.