Brincando e aprendendo
Vamos brincar? Não tem jeito, a perguntinha mágica é sempre arranca um sorriso das crianças. Não há uma que resista a um convite como este, mesmo sem saber o quanto “brincar” é tão importante para o desenvolvimento de sua coordenação motora, visual e psicológica. O interesse pela manipulação de qualquer objeto já pode ser notado desde os primeiros movimentos dos bebês. Aos três meses, por exemplo, ainda no berço, eles já são capazes de se entreter com os objetos coloridos e sonoros à sua volta. Sem saber, dão assim os primeiros passos no processo de desenvolvimento da percepção visual e auditiva, pois estão sendo estimulados a estabelecer uma relação de troca com esses objetos. Se estimular é a palavra de ordem para o crescimento sadio - físico e mental - da garotada, os jogos educativos entram em cena como grandes aliados da diversão, incentivando o raciocínio e a criatividade. Ou seja, aliam o poder pedagógico a atrativos como a aparência - são leves, coloridos, confeccionados em materiais como madeira, plástico ou tecido - e são pra lá de divertidos em todas as idades. Apesar de todo e qualquer jogo ter sempre algum grau de estimulação, saber identificar o tipo de brinquedo que se adapta melhor a cada faixa etária é o mais aconselhável. Objeto miúdos, por exemplo, não são indicados para crianças menores de 3 anos. São perigosos, pois elas podem engolir as pecinhas e, além disso, estes baixinhos não têm a habilidade motora ainda muito desenvolvida. Os jogos com peças mais robustas são os mais indicados neste caso. Para não ficar na dúvida, veja como escolher os jogos certos para a idade certa. Diversão garantida Chocalhos e objetos feitos com material que possam ser levados à boca, como plástico macio ou pano, são ótimos para os bebês exercitarem os órgãos fono-articulatórios na fase que antecede a fala. Pequenos objetos ou brinquedos que emitem sons também são excelentes para estimular a percepção auditiva. Após um ano de vida, os bebês precisam de brincadeiras que facilitem o andar, empurrar, puxar e atirar bolas. Abuse das brincadeiras ao ar livre e no chão, pois todo o corpo - principalmente os braços e as pernas - precisam ser exercitados. Carrinhos para puxar, bonecos de encaixe e bolas de variados tamanhos são os melhores para esta idade. Estimular a linguagem também é fundamental. Lance mão dos livros de pano, leves e fáceis de manusear e ilustrados com figuras que fazem parte do cotidiano das crianças, como frutas, animais, brinquedos etc. Por volta dos dois anos de idade, quando a criança já sabe se comunicar melhor, o interesse se volta para os jogos de encaixe e montagem e aí o universo de brinquedos se expande. O contato com os blocos de construção e quebra-cabeças de madeira, por exemplo, desenvolve a concentração, a criatividade e a percepção visual dos objetos tridimensionais, ou seja, largura, altura e profundidade. Os blocos de construção também ajudam a trabalhar os movimentos motores finos, no caso o controle maior dos dedos para empilhar e encaixar, que será importantíssimo no aproveitamento pré-escolar, dando base para a alfabetização. E não se espante se seu filho passar horas entretido com os blocos de construção e, em um segundo, derrubar toda aquela imensa pirâmide que construiu. Na verdade, fazendo isso a criança está testando a habilidade de “construir” e “destruir” a própria brincadeira. A percepção do desafio e da sua capacidade de refazer estão em jogo neste momento. Um pouco mais adiante, por volta dos três anos, entram em cena as atividades de socialização (em grupo) e é onde o raciocínio começa a ser mais estimulado, através dos jogos da memória e associações. Ao participar desses jogos, a criança revela seu temperamento e aprende a lidar em grupo, respeitando o próximo. Os instrumentos musicais e a dramatização também são indicados nesta fase e o uso de fantoches e fantasias costuma agradar bastante. A partir dos 4 anos, a garotada precisa de desafios. A competição deve ser estimulada e, através dela, aos poucos, o pequeno vai aprender a ganhar, perder, dividir e esperar a vez. Brincando, a criança aprende regras que farão parte do seu mundo adulto no futuro. Com o início da alfabetização, o universo de brincadeiras será bastante ampliado e as crianças poderão ingressar ativamente nos jogos coletivos. É importante participar Mais do que oferecer jogos educativos, é fundamental que os pais participem das atividades de seus filhos. Além disso, acrescentem nesta hora uma boa dose de criatividade. O uso de sucatas e até mesmo uma visita ao guarda-roupa da mamãe (as crianças adoram se fantasiar com as roupas dos adultos) costumam fazer sucesso entre as crianças. Brincar de maneira autêntica, permitindo o aprendizado de acordo com a capacidade interior da criança, é um grande passo para o seu desenvolvimento futuro. E na dúvida entre a qualidade versus a quantidade de tempo dispensada a este momento, fique com a primeira. As crianças e os especialistas garantem que os ganhos são inconparáveis para ambos: pais e filhos.