Campanha de prevenção da Aids em crianças

10 Ago

Dezenas de milhares de crianças na América Latina e no Caribe são portadoras do vírus de imunodeficiência adquirida e receberão atenção especial em uma campanha regional organizada pela Organização Pan-americana da Saúde (OPS) que quer evitar 100 mil mortes este ano. Com o lema "Crianças sadias: a meta do ano 2000", foi lançado o programa Atenção Integrada das Doenças Prevalecentes da Infância (AIDPI). Entre essas doenças está o síndrome de imunodeficiência adquirida(Aids).Calcula-se que na América Latina e no Caribe existem quase 1,8 milhão de adultos e crianças que vivem com o vírus de imunodeficiência que causa a doença. "Este ano, o Dia Mundial da Aids foi voltado para as crianças e aos adolescentes porque nesses grupos a epidemia avança muito rapidamente", disse Paloma Cuchí, representante do Programa das Nações Unidas sobre o HIV/Aids na OPS. "É preciso que estejamos conscientes da situação que vivem nossos jovens e de seu ambiente, dando uma resposta que possa ser adaptada as suas necessidades; entre elas, incluir a distribuição de preservativos, a educação sexual geral e os programas de troca de seringas". Cerca de 14 milhões de pessoas morreram no mundo inteiro por causa da Aids desde que este mal foi identificado, no começo da década de 80. O programa da ONU estima que existem mais de 34 milhões de pessoas infectadas pelo vírus, das quais 1,2 milhão são menores de 15 anos. Cuchí disse que "no México, na região andina, na América Central e no Caribe, a maior parte das infecções acontecem por encontros sexuais sem proteção; nos países do Cone Sul, fatores como a troca de material para o consumo de drogas contaminado pelo vírus tem um papel importante", acrescentou. "No Brasil, vemos um esquema misto da epidemia. Em geral, o maior peso da epidemia na nossa região continua sendo de homens que têm encontros sexuais com outros homens". Na América do Sul há mais de 1,4 milhão de pessoas infectadas pelo HIV, com uma taxa de prevalência de 0,57% entre os adultos, enquanto no Caribe há outros 330 mil portadores do vírus em uma população em que a taxa de prevalência é de 1,96%. A campanha lançada em 1 de dezembro do ano passado pela OPS, que compreende atividades contra a Aids, tem a participação de agências internacionais e organizações não governamentais. "Todos os anos, mais de 200 mil crianças menores de cinco anos morrem nas Américas por causa de doenças que poderiam ser prevenidas ou tratadas facilmente", destacou a OPS. "As infecções respiratórias agudas, as doenças diarréicas e a desnutrição são as três causas principais de mortes nessa faixa etária". A AIDPI é uma estratégia de baixo custo que vai melhorar a qualidade da saúde das crianças e o cuidado da saúde nos hospitais, nos lares e nas comunidades. O programa está baseado em intervenções simples de saúde pública, as medidas preventivas em casa, o diagnóstico antecipado, o tratamento efetivo e o fortalecimento dos serviços de saúde para reduzir o risco e as conseqüências das doenças infantis. Entre as instituições e organizações que participam estão o Banco Mundial, a Agência americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), o Banco Interamericano de Desenvolvimento e grupos de voluntários do setor privado. A OPS indicou que "as crianças e os jovens precisam de informação, dados e ferramentas para se proteger do HIV". A experiência das Nações Unidas na luta contra a Aids "indica que os programas de educação sexual não estimualm a prática sexual", como sustentam alguns setores em países da América Latina onde não se fazem campanhas de educação pública sobre o uso de preservativos e outras medidas de proteção venérea. "Quando executados adequadamente, esses programas ajudam a adiar o surgimento da iniciação sexual e com isso se previnem as doenças venéreas e a gravidez em adolescentes", afirmou a OPS. Fonte: EFE