Criar uma criança com necessidades especiais

10 Ago

Quando os pais são comunicados que o filho sofre de uma deficiência mental, física, visual ou auditiva dá-se início a um processo de adaptação familiar. A busca por informação e por apoio profissional especializado é fundamental para a manutenção da harmonia em casa. Criar um filho com necessidades especiais não é tão pouco comum como parece. Segundo números da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% da população de um país sofre algum tipo de deficiência. Isso quer dizer que cerca de 50 milhões de pessoas em toda a América Latina se enquadra nessas estatísticas. Os especialistas advertem que a maior parte dos pais tende a recusar ou negar, a princípio, a realidade dos filhos. São capazes até de recorrer a múltiplas consultas médicas em busca de um diagnóstico diferente e isso, em alguns casos, pode ser contraproducente. Estímulo para a criança se tornar independente Soledad Fernández, chefe do Departamento de Terapia Ocupacional do Hospital do Trabalhador de Santiago do Chile, diz que embora seja importante os pais precisarem de um tempo para aceitar o novo filho e se prepararem para enfrentar a realidade, não é bom que adiem o tratamento, a reabilitação ou a estimulação, que deveria começar logo nas primeiras semanas de vida do bebê. Um clima familiar onde predominem expressões de carinho também é fundamental para incentivar a criança a se tornar independente. Ainda que o filho não responda inicialmente aos estímulos, como o riso dos pais, é importante que ocorram desde o primeiro momento, afirma Magdalena Cruzat, membro da Fundação Complenta, que promove a estimulação da criança com deficiência mental. “É impressionante comprovar por intermédio de pesquisas que há crianças deficientes mais sérias que outras porque não receberam uma estimulação positiva quando pequenas ou porque não viam seus pais sorrirem”, afirma. Magdalena, mãe de uma criança com síndrome de Down, recomenda matricular o pequeno deficiente em escolas comuns, já que assim estará rodeado de outros menores e começará a enfrentar o processo de integração à sociedade, que provavelmente durará a vida toda.