Cuidado! Evite o estresse no trânsito
Se tempo e paciência fossem mercadoria, seriam vendidos a peso de ouro nos grandes centros urbanos. E descobrir os pontos mais lucrativos da cidade não seria difícil. Qualquer farol ou esquina movimentada. Já não bastasse a atribulada agenda de atividades cotidianas, o caos do trânsito pouco alivia a rotina de quem anda de carro, ônibus ou táxi. Ao contrário. Entre os vários motivos que podem provocar o estresse, a hora do rush é apontada como um dos piores. Uma pesquisa divulgada recentemente na Inglaterra revelou que 44% dos 700 entrevistados acham que o trânsito é o principal causador desse mal. A preocupação com o futuro dos filhos apareceu em segundo lugar com 32%, e o trabalho em terceiro, com 31%. Com exceção a situações extremas, como morte de um ente querido e problemas de saúde familiar, parece que, de fato, não existe nada pior no dia-a-dia do que as horas intermináveis que passamos no trânsito. Acrescente-se ainda ingredientes como buzina, fumaça de caminhões e a vulnerabilidade a assaltos e furtos nos faróis. Tensão muscular Para aliviar as tensões causadas por essa receita indigesta, existem algumas técnicas de relaxamento corporal que, pelo menos, ajudam a enfrentar os congestionamentos. O psicanalista Jacob Pinheiro Goldberg, vice-presidente da Middlesex University, de Londres, dá algumas dicas de como dirimir o problema. “A primeira saída, e mais clássica, é ouvir música. Mas é importante que seja um som tranqüilo, que não funcione como estimulante”. O psicanalista também recomenda exercícios suaves e circulares com os ombros, o pescoço e as pernas. Segundo ele, é uma forma de evitar que os músculos fiquem rijos. “Quando estamos parados no trânsito, a tendência é ficarmos estáticos e mantermos a mesma posição. Isso deixa o corpo duro e, conseqüentemente, aumenta a tensão”, diz. Outra forma de relaxar é fazer pequenos movimentos com as pontas dos dedos. “Muitas pessoas têm o hábito de segurar o volante com força, e isso também enrijece os músculos. Portanto, é importante que mexam as mãos e deixem os braços em uma posição relaxante, para baixo ou apoiado nas pernas”, recomenda. Bate-papo Para quem estiver acompanhado, o médico aconselha conversas leves, que evitem sentimentos de ira e frustrações. “O estado de irritabilidade de um motorista é muito grande nos congestionamentos. Por isso, bate-papos sobre assuntos desagradáveis tendem a potencializar esses impulsos”. Mas um dos conselhos mais importantes é evitar a distração. Leitura de revistas e jornais, que se tornou comum nas ruas das grandes cidades, não é recomendada. “Antes de mais nada, é preciso ficar atento para evitar batidas. Algumas pessoas se dispersam facilmente e isso aumenta o número de colisões”, alerta o psicanalista.