Esportes durante a adolescência melhoram a resistência dos ossos

10 Ago

A atividade física é um dos fatores que contribuem para o ganho de massa óssea. O que poucas pessoas sabem é que praticar esporte na adolescência é ainda mais recompensador. Um dos últimos estudos que comprovam essa tese está na edição de julho da revista Pediatrics, importante publicação americana. Os pesquisadores do chamado Penn State Young Women’s Health Study, que inclui cientistas da Pennsylvania State University e da Stanford University, ambas nos Estados Unidos, examinaram 81 moças de 18 anos. Em intervalos regulares, dos 12 aos 18 anos, as jovens apresentavam relatórios sobre seus hábitos alimentares e a freqüência com que se exercitavam. Ao final da pesquisa e após medir os ossos das jovens, a conclusão foi de que quem se manteve ativa por mais anos teve densidade óssea maior do que as sedentárias. Quanto à dieta, a ingestão de cálcio não teve relação com o ganho ósseo. Pelo menos, quando se comparou as mulheres que consumiam 500 miligramas de cálcio por dia com as que ingeriam 1.500 miligramas. Juventude é oportunidade para ter ossos fortes “Quando se pratica esporte nessa idade, aumentam as chances de se atingir um pico ósseo mais elevado (máxima quantidade de massa óssea que se vai alcançar em toda a vida)”, explica o reumatologista Alberto Krauthamer, de São Paulo. Isso significa que os riscos de se desenvolver osteoporose na vida adulta diminuem. É como uma reserva para gastar no futuro. No momento em que se iniciar a perda óssea – processo de desgaste natural provocado pelo envelhecimento – quem conseguiu uma estrutura óssea melhor sofrerá menos. No caso de uma mulher, sabe-se que ela ganha de 40 a 50% de toda a sua massa óssea na puberdade (depois desse período, o ganho fica estabilizado). Praticar atividade física na juventude, portanto, é aproveitar uma grande oportunidade. “Só não concordo com um ponto do estudo americano: o que diz respeito à dieta. A ingestão de cálcio durante a vida é tão importante para a construção dos ossos quanto o esporte”, afirma Krauthamer. Matéria de agosto de 2000