Florais no tratamento dentário
Uma novidade chega aos consultórios odontológicos. Já existem alguns dentistas que cuidam de seus pacientes com terapia floral, uma forma de tratamento baseada em essências extraídas de plantas. Ninguém está ainda livre do motorzinho, mas a terapia floral talvez possa diminuir o número de vezes que o paciente sentará na cadeira do dentista. A explicação pode ser menos mágica do que parece. Os terapeutas florais consideram que, além do corpo físico, o ser humano possui vários corpos sutis (que se manifestam, por exemplo, na aura). Eventuais desequilíbrios energéticos nesses corpos poderiam se manifestar no aspecto físico produzindo sintomas como cárie, inflamação gengival, bruxismo, fratura, tártaro e afta. As essências florais não tratam das cáries, mas atuam justamente no corpo sutil, promovendo seu reequilíbrio. Cuidados multidisciplinares É baseado nessa visão que alguns dentistas associam a terapia floral aos procedimentos convencionais de tratamento dentário. A cirurgiã-dentista Maria Clarice Natal de Oliveira, de Minas Gerais (Brasil), explica que primeiro faz os tratamentos de rotina – remover as cáries e obturar os dentes, por exemplo. Mas, uma vez eliminados esses sintomas, procura ajudar o paciente na integração entre o corpo físico, a emoção, a mente e o espírito. "Somos seres multidimensionais", afirma a especialista. "Além do físico, possuímos outros corpos, que vibram em freqüências diferentes, mas se permeiam. A aplicação das essências florais ajuda a reintegrar esses corpos". Segundo Clarice, o paciente busca apenas a habilidade técnica do dentista, com vistas a eliminar os sintomas. Mas o dentista pode fazer mais do que isso, ajudando o paciente a compreender que os sintomas são uma preciosa porta para os desequilíbrios escondidos. Quando trabalha com florais, o dentista precisa reservar um tempo para conversar e conhecer melhor seus pacientes, pois é a partir da história pessoal de cada um que ele pode escolher o floral apropriado. Um paciente tímido com inflamação gengival e um outro extrovertido com o mesmo problema recebem remédios florais diferentes. Essências diferenciadas Para atuar no corpo sutil, Clarice massageia a gengiva com a essência floral adequada ao caso. Como a essência vai depender do histórico particular do paciente, a dentista-terapeuta utiliza os florais que mais se encaixarem à ocasião. Podem ser os florais de Bach (os pioneiros, inventados pelo médico inglês Edward Bach), de Minas, do Alasca ou da Califórnia, entre outros. A essência California Wild Rose (da Califórnia), por exemplo, estimula o paciente mais apático e dá ânimo para que ele faça da higienização bucal um hábito, a Cotton Grass (extraída de uma flor do Alasca) e a Arnica (de Minas Gerais) ajudam a aliviar inflamações gengivais e a Scleranthus (de Bach) reequilibra casos de gengivite provocados por desequilíbrios durante o período pré-menstrual. Com a indicação correta, a dentista tem observado ótimos resultados, inclusive em dentes que, sob o ótica da técnica odontológica, eram dados por perdidos. "Todos os problemas que se manifestam na boca refletem mais desarmonias do que supõe a odontologia tradicional, que cuida da boca com a mentalidade de um mecânico encarregado de consertar uma máquina em pane", enfatiza Clarice. Matéria de abril de 2000