Homossexuais poderão doar sangue

10 Ago

Boa notícia para quem precisa receber sangue: o número de doadores pode aumentar. Até o final do mês, o Ministério da Saúde deverá modificar alguns critérios para a doação no país. Uma das principais mudanças será o fim da exclusão dos homossexuais da lista dos doadores em potencial. “Hoje não se fala mais em grupos de risco, mas, sim, em comportamento de risco”, diz Sylvia Olyntho, assessora técnica da Coordenação de Sangue e Hemoderivados da Vigilância Sanitária. O que importa é o número de parceiros Ser homossexual não será, por si só, um fator excludente. Não significará fazer parte de um grupo invariavelmente capaz de transmitir o HIV (vírus da aids) por meio de transfusão de sangue. O que será levado em conta é a quantidade de parceiros sexuais que a pessoa (vale para heterossexuais também) teve nos doze meses anteriores à doação e o fato de ela ter usado ou não camisinha. “A idéia é não discriminar”, explica Sylvia. Em geral, quatro parceiros no período de um ano é o número máximo aceito pelos bancos de sangue. Veto aos usuários de drogas injetáveis Quem usa drogas injetáveis deverá continuar impedido de doar porque, ao compartilhar agulhas, pode se contaminar com o HIV e passar o vírus adiante em uma transfusão. Tatuagem e acupuntura serão liberadas Outra novidade planejada pelo Ministério da Saúde é incluir entre os prováveis doadores pessoas que fizeram tatuagem e piercing ou se submeteram a sessões de acupuntura. Atualmente, pela portaria 1.376 do ministério, que regulamenta a doação de sangue desde 1993, quem passa por qualquer tipo de procedimento com objetos perfurantes (agulhas, por exemplo) deve esperar doze meses para se habilitar à doação. A intenção dessa norma em vigor é garantir que os exames de sangue consigam detectar eventuais infecções, como a hepatite. Com a nova resolução, quem comprovar o uso de agulhas individuais ou descartáveis poderá doar sangue sem ter de respeitar o período de um ano. Novidades valem para o Mercosul Essas mudanças fazem parte de um programa de padronização da coleta de sangue estabelecido, em setembro do ano passado, pelos países do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai). Quando entrarem em vigor, passarão a valer para todos esses países. Matéria de abril de 2000