Robôs ajudam a movimentar pacientes com paralisia
Há três anos, os pesquisadores fizeram os primeiros testes clínicos da nova terapia, que utiliza um robô para movimentar e exercitar o braço de uma pessoa. Os resultados iniciais foram promissores: os pacientes que utilizaram a máquina melhoraram mais rapidamente que aqueles que não a utilizaram. Mais recentemente, os pesquisadores avaliaram novamente doze dos vinte pacientes originais e encontraram que as melhoras pareciam ser de longo prazo. O professor Neville Hogan, que leciona Engenharia Mecânica e Ciências Cognitivas e do Cérebro no MIT, assegura que o robô oferece uma variedade de vantagens sobre a terapia tradicional. Por exemplo, pode quantificar as forças e os movimentos que até então eram julgados por "toque e apreciação". Esses dados poderiam oferecer um registro objetivo permanente do progresso do paciente, que seria utilizado de muitas maneiras. "Não desejamos substituir os fisioterapeutas humanos, nem acho que em algum momento isso seja possível", esclarece Hogan. "Por outro lado, gostaríamos de oferecer uma ferramenta para aumentar a produtividade". Hogan também revelou que o robô representa uma tecnologia em evolução. "Atingir o potencial pleno vai requerer um diálogo permanente entre os criadores da tecnologia, os usuários interessados, os médicos e os pacientes". Na terapia assistida por robô, a pessoa se senta em uma maca e põe a parte inferior do braço e do pulso em um suporte que está unido a um braço do robô, chamado de MIT-Manus. Uma tela indica à pessoa que deve fazer um exercício com o braço, como unir pontos ou desenhar os ponteiros de um relógio. Se o movimento não acontece, o MIT-Manus movimenta o braço da pessoa. Se ela começa a fazer o movimento sem ajuda, o robô possui níveis reguláveis de guia e ajuda para que possa manobrar sozinha. O teste clínico levou só um ano. Nele dois grupos de dez pacientes com paralisias repentinas receberam a terapia padrão. As pessoas do grupo experimental receberam uma hora adicional de terapia assistida por robô. As outras receberam terapia de robô "falsa" uma vez por semana; foram expostas ao robô, mas ele não as guiava nos exercícios. Embora ainda não fique claro se foi o robô ou os exercícios adicionais os que acarretaram a melhora nos movimentos, "esses resultados mostram a viabilidade da técnica robótica", afirma Hogan. Os pesquisadores continuam estudando o MIT-Manus e sua aplicação na terapia de paralisias repentinas. Também estão examinando o potencial da terapia robótica para pacientes com outros distúrbios neurológicos, como o mal de Parkinson, e estão construindo máquinas novas para trabalhar com segmentos de membros, entre eles, os dedos, pulsos e tornozelos. Finalmente, está se trabalhando em uma terapia robótica para o lar, supervisada por um médico pela Internet. (C) 1999 AScribe, Inc.