Vacinação em adolescentes

10 Ago

Ao contrário do que muitos pais acreditam, o fim da infância não coincide com o término das vacinas previstas no calendário de imunizações. Adolescentes também devem ser vacinados, caso contrário estão expostos a várias doenças. Miriam Tendler, infectologista e doutora em doenças infecciosas e parasitárias, explica que a vacinação na adolescência segue dois critérios básicos: reforçar as imunizações da infância e aplicar vacinas específicas desta nova fase, que por serem recentes não constavam no calendário de vacinação infantil. As campanhas públicas para o combate de epidemias, como a febre amarela, também incluem os adolescentes Controladas pelo Ministério da Saúde, as vacinas disponíveis, atualmente, na rede pública do estado do Rio de Janeiro, são as seguintes: BCG (tuberculose); tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche), sarampo, pólio, tríplice viral (rubéola, caxumba e sarampo), antitetânica, anti-rábica, hepatite B e anti-haemófiluth b (meningite e pneumonia). O problema para quem não pode ou quer pagar pelas vacinas é que, na rede pública, algumas delas só estão disponíveis para determinadas faixas etárias, como a hepatite B, apenas para o primeiro ano de vida, e a anti-hemófilus B, para crianças com até dois anos incompletos, quando deveria cobrir até os cinco anos. O jeito, então, para imunizar adolescentes contra a hepatite B é parar nas clínicas particulares, que também oferecem para os jovens vacinas contra a hepatite A, varicela (catapora), gripe e pneumonia. Doses e reforços - O reforço da BCG deve ser feito dos seis aos 14 anos. No caso de difteria e tétano, aplica-se a primeira dose aos 11 anos e o reforço é dado a cada 10 anos, por toda a vida. A tríplice viral só é recomendada na adolescência se não tiver sido tomada na infância. Entre as doenças que podem ser evitadas com a vacinação, está a síndrome da rubéola congênita, responsável por lesões graves no feto. A falsa idéia de que é o melhor é ter a doença quando ainda é criança ou jovem, faz muitas mães não vacinarem seus filhos contra rubéola, por exemplo. Segundo Miriam Tendler, a vacina contra hepatite B, uma das doenças com maior incidência no mundo, continua sendo absurdamente pouco tomada no Brasil, apesar de estar disponível desde 1982. Nos Estados Unidos, ao contrário, já foram alcançados os índices desejados pelo governo: cerca de 80% da população já está vacinada contra a hepatite B. “Apesar dos números alarmantes - 1 bilhão de pessoas infectadas, 2 milhões de mortes anuais e cerca de 350 milhões de portadores crônicos em todo o planeta –, o Brasil ainda está na fase da falta de informação adequada, de adesão e convencimento de médicos e profissionais de saúde, de educação específica sobre o assunto e de consciência sobre cidadania, ou seja, de que é possível contaminar outras pessoas”, exemplifica Miriam. A vacina contra a catapora, licenciada em julho de 1998, pode ser aplicada em duas doses em adolescentes que não contraíram a doença durante a infância. Os jovens também podem ser imunizados contra gripe e pneumonia. Essas duas vacinas são indicadas especialmente para portadores de distúrbios respiratórios ou imunossupressores (doenças causadas por baixa imunidade) ou para os que convivem com pessoas idosas ou expostas a risco.